Papa Francisco faleceu aos 88 anos. Primeiro pontífice sul-americano, marcou a Igreja pela humildade, foco social e apelo à inclusão.
O Papa Francisco, nascido Jorge Mario Bergoglio, morreu esta segunda-feira aos 88 anos. O anúncio foi feito pelo Vaticano, encerrando um pontificado de 12 anos que se destacou pela simplicidade, proximidade ao povo e uma nova visão para a Igreja Católica.
Argentino de origem italiana, Francisco foi o primeiro papa do continente americano, do hemisfério sul e também o primeiro jesuíta a ocupar o cargo máximo da Igreja. Em 2013, foi eleito quase de surpresa para suceder a Bento XVI, afirmando na altura: “Parece que os meus irmãos cardeais o foram buscar quase ao fim do mundo.”
Durante o seu mandato, recusou luxos, viveu na Casa Santa Marta e ficou conhecido por quebrar protocolos, abraçar fiéis e defender uma Igreja aberta. “Na Igreja há espaço para todos”, disse na sua última visita a Portugal.
Visitas a Portugal marcaram o seu pontificado. Esteve em Fátima em 2017 e voltou em 2023 para a Jornada Mundial da Juventude em Lisboa, onde falou de justiça, paz e inclusão. Num dos momentos mais marcantes, declarou: “Na Igreja ninguém está a mais (…). Todos, todos, todos.”
Além da forte ligação a causas sociais, combateu abusos na Igreja, pediu reformas internas e teve um papel ativo no diálogo inter-religioso e na defesa dos migrantes. Também ficou conhecido pela encíclica “Laudato Si’”, um apelo global pela proteção ambiental.
Francisco enfrentou resistências dentro da Igreja por querer aproximá-la do mundo moderno, mas deixa um legado firme de compaixão, justiça e abertura.
Antes do Vaticano, foi químico, professor, padre jesuíta, bispo e cardeal. Cresceu em Buenos Aires e viveu de perto as desigualdades sociais, algo que moldou a sua visão de uma Igreja mais próxima dos pobres.
O mundo despede-se agora de um líder improvável, que nunca quis ser Papa, mas que acabou por marcar a história da Igreja com gestos simples e palavras poderosas.